Divagações: Being Elmo - A Puppeteer's Journey

O programa de televisão Sesame Street (ou Vila Sésamo ) não é mais popular no Brasil e, dizem, a versão que meus pais assistiam também n...

O programa de televisão Sesame Street (ou Vila Sésamo) não é mais popular no Brasil e, dizem, a versão que meus pais assistiam também não era muito fiel à original (mesmo tendo Sonia Braga, Aracy Balabanian e Milton Gonçalves no elenco). Isso diminui significativamente o interesse dos jovens em assistir a um documentário como Being Elmo: A Puppeteer's Journey, mas não a sua importância.

O filme conta a história da vida de Kevin Clash, um garoto de Baltimore com uma origem humilde e que era fã do trabalho de Jim Henson, Frank Oz e companhia. Para quem não sabe, eles foram os responsáveis não somente pela Sesame Street, mas também pelos Muppets (que são mais conhecidos por aqui). Os personagens, inclusive, costumavam interagir bastante no passado, mas agora os direitos sobre eles estão nas mãos de empresas diferentes.

De qualquer forma, Kevin Clash começou fazendo seus próprios bonecos para poder manipulá-los, em pouco tempo estava fazendo shows locais e, depois, entrou para a televisão regional. A partir desse ponto, ele conheceu mais pessoas e se desenvolveu como profissional. As coisas já estavam bem, mas ficaram ainda melhores quando o manipulador Richard Hunt desistiu do personagem Elmo e passou para o seu colo. Clash reinventou a personalidade do boneco e o transformou em um sucesso – o que traz vantagens e desvantagens.

Antes dessa mudança essencial, Elmo (embora sem nome definido) já havia passado pelas mãos de Carol Spinney e Jerry Nelson. Para quem não entende a dimensão do personagem, pense que, além da série de televisão onde se originou, Elmo já esteve em mais de 20 outros programas e estrelou mais de 70 vídeos ou filmes, com todo o tipo de duração. Em Being Elmo: A Puppeteer's Journey, a fama do personagem é explicada de uma maneira engraçada, com depoimentos de Whoopi Goldberg e outras celebridades.

Ainda assim, o filme peca um pouco em sua estrutura narrativa. Ele começa colocando Kevin Clash em um pedestal para o ir derrubando devagar e com os freios puxados. Seus pais têm bastante tempo de tela, mas não sua ex-mulher ou sua filha (que até parece gostar do emprego do pai). Além disso, o documentário procura diferentes versões para a origem da personalidade de Elmo, comparando o personagem com seu criador e com os pais dele (uma visão que eu, particularmente, achei mais interessante).

De qualquer forma, o retratado deve ter ficado muito orgulhoso em ter um documentário feito sobre ele – e quem não ficaria? Kevin Clash é bom no que faz ou não teria chegado tão longe e muito menos receberia tantos elogios dos colegas. Dá para perceber isso especialmente em uma sequência onde marionetistas em treinamento fazem exercícios sem os bonecos e a mão de Clash simplesmente parece que não é dele, como se tivesse vida própria!

Infelizmente, o filme não chegou aos cinemas no Brasil. Na verdade, por ser um documentário, ele quase não teve espaço em cinemas comerciais de um modo geral, estreando em circuito limitado nos Estados Unidos e mais amplamente apenas no Reino Unido. O detalhe é que Being Elmo: A Puppeteer's Journey também não está disponível em DVD ou Blu-Ray por aqui, mas existe um certo serviço por assinatura que disponibiliza o filme online e com boa qualidade (recomendo!).

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